A escalada

Existe um rap dos racionais que diz que "você pode sair do gueto, mas o gueto nunca sai de você".

O mesmo ocorre comigo com relação a escalada.

A pouco tempo atrás , após um pequeno revés financeiro o qual ando administrando da melhor maneira possível, afirmei que não praticaria mais. É difícil abandonar um esporte, filosifia de vida e paixão que é a escalada. O cheiro da natureza, a sensação de tocar a rocha, de encadenar uma via, de se superar, são necessidades da minha alma.

Sim, ainda escalo, e ainda procuro a mesma determinação nos treinamentos que a cerca de pouco tempo atrás tinha.

Após um final de semana maravilhoso na pedra do baú, em que pude escalar vias tradicionais e esportivas, e verificar que a paixão pelo esporte existe dentro de mim.

Não há palavras para enaltecer o quanto sou grato a Igor Epof, Alexander e Alê Cardoso por me levarem para Campos do Jordão e me fazer ver que embora os tempos estejam cinzentos, é na escalada que a nossa sanidade se esconde.

Admito que após sofrer o revés, e ver até um relacionamento até então considerado perfeito, e sentir que não existia mais chão para mim, imaginei que a escalada seria apenas uma citação bibliográfica em minha vida. Mas como tudo na vida da gente, amigos de verdade nos fazem verificar que existe luz no fim do túnel. Existem pessoas que nos prendem à realidade e não nos deixa nos sentirmos perder a razão.

Prometi a mim mesmo que iria voltar os treinamentos fortes e intensos como antes. E se possível mais intensos ainda. Mesmo ainda tendo de fazer uma caminhada, e não uma escalda, ainda não abandonei os meus projetos deste ano. Nenhum deles.

Sim. Ainda escalo. E pretendo continuar fazendo durante muito tempo.

Ainda está por vir o dia que me intimidarei por pessoas que não gostam que eu pense ou que fale o que penso.

E, se algum dia nunca agradeci a amigos, agradeço a:

Pablo Scorza, pelo apoio emocional e pelo ombro sempre disposto a confidências

Deborah da Biomecânica Funcional, pela compreensão e pelo carinho durante e depois da biomecânica, e pelas palavras de apoio sempre na hora certa.

Alexander, o "Alex Yoga", pela amizade e carinho em escutar cada uma das minhas lamúrias, e se mostrado um amigo de verdade.

Mariella Velloso, pelo seu carinho e chacoalhões para que eu superasse toda e qualquer dor em minha alma.

César Grosso, pelas palavras de força e inspiração que sempre me fazia ter esperaças em dias melhores.

Cristina Bicalho, por ter aguentado minhas confissões mesmo via internet.

Guilherme "Maçã", por ser sempre a pessoa gentil a dar conselhos ponderados e exatos a respeito dos acontecimentos que passo. Substituindo um irmão mais velho, que não tenho.

Miriam "Lane", pelos conselhos e análises psicológicas que me fizeram tão bem quando estive com ela.