terça-feira, 29 de maio de 2007

Isto é sobre mim

Isto é sobre mim, e portanto vai demorar.

Pouco antes de eu embarcar no avião, e literalmente iniciar a aventura/saga/peregrinação na Espanha minha cabeça esta cheia de dúvidas. Não há como pensar nelas.
Tudo a respeito de perguntas incessantes, de respostas inacabadas, de cobranças pessoais ,de comportamentos passados, e de atitudes tomadas comigo que até o momento não consigo entender. Uma conclusão as vezes fica difícil tamanha é a quantidade de variáveis a serem analisadas.

Vazio por dentro? Sim me sinto. Mas não mais por sentir falta de ninguém em específico., ou de épocas de minha vida que não voltarão mais. Me sinto vazio principalmente de sentimentos bons com o próximo. De acreditar em qualquer palavra das pessoas Até pouco tempo atrás eu imaginava a possibilidade da real existência de uma alma gêmea de cada um. De que dentro os milhões que nos cercam, sempre existiria alguém com o formato que se encaixaria ao formato de nossa alma. Nos completando em humor, sonhos, necessidades e ambições. Em que o caráter seria nítido, e o compromisso seria não escrito, porém seguido por ambos. Não importando o sexo, a raça e a localidade.

Hoje não acredito mais. Sinceramente. Acredito hoje que em saciar os instintos e desejos, e seguir a vida em frente é a melhor maneira de se viver. Seguir as vontades como se não houvesse realmente sentimentos nas outras pessoas. Usar todos como peças de um jogo de xadrez. Apenas suprir o que sentimos, e sempre nos fechar em mundinhos “cor de rosa”. E nunca esquecer de sempre fingir, e fugir da realidade. Ser “Poliana” o tempo todo. Ignorar a realidade como se fosse apenas uma camada de imagens a frente de nossa visão.
Tenho dentro de mim, ainda, a conclusão de que hoje sou alguém sem sentimentos mais nobres. Tenho compaixão ao próximo? Sim. Mas apenas isso. Sou apenas alguém que vive, que classifica as pessoas, mas não acredita mais em nada do que elas são e representam. Apenas olhos atores interpretando, e mentindo a todos o tempo todo.

Para nos preservar de sofrimentos, que deixemos a superficialidade reinar. Namoros superficiais, relacionamentos superficiais, amizades superficiais, e laços familiares superficiais. Fingir sempre. Fingir carinho, fingir dedicação, fingir compromisso, fingir respeito e promessas. E assim quando no nosso mundo colorido e superficial ficar ameaçado descartamos as pessoas como um objeto. Encarar todos como se fossem apenas personagens de um filme, ou seriado, o qual apenas nós somos fixos, e todos os outros transitórios. Quando cansamos , apenas o eliminamos do próximo dia. Afinal dentro de um mundo cor de rosa, as pessoas são apenas objetos e sem sentimentos a serem respeitados.

Viver é isso. Vestir uma máscara, e quando alguém mostrar a realidade, a descartamos. Pois, assim como “Poliana”, o “jogo do contente” deve ser sempre jogado, não importa o quão urgente é a realidade de que está se vivendo. Afinal deixe que as pessoas descartadas vivam a realidade, e nós o mundo da fantasia.

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